Sinopse: Manaus, abril de 2020. Karoline, uma atriz de teatro que encara a primeira onda da pandemia de Covid-19 em Manaus, em abril de 2020, e decide ir a uma agência da Caixa solicitar o seu auxílio emergencial. Ela é acompanhada da irmã que vai tentar reaver o seu emprego.
Crítica: "Desde que o isolamento social se estabeleceu, em março de 2020, devido ao Cornavírus, começaram a aparecer diversas obras que tratavam do tema. A angústia de estar trancado e longe dos entes querides eram os focos principais das tramas sobre o assunto. Em Terra Nova, Diogo Bauer expande a discussão e a puxa para um contexto menos intangível. Aqui, Bauer convoca a história de duas irmãs, moradoras da cidade de Manaus.
Entre revelar a falta de apreço com a cultura no Brasil, sobretudo neste governo genocida e cruel, a dificuldade de mobilidade para chegar aos lugares com poucos recursos financeiros e a resistência do povo brasileiro, Bauer é bem sucedido por trazer todo este mundo de informação através de um texto que não é expositivo e contando mais sobre as personagens através das imagens.
Para tal, o realizador é econômico em movimentos de câmera e o curta-metragem possui poucos cortes, o que traz para o espectador um tempo maior de fruição de cada emoção impressa na tela. Um exemplo é a sequência na qual as irmãs estão no banco e conversam com o atendente. O desconforto pela falta de preparo, respeito e ignorância dele tomam o tempo necessário para que um nó fique na garganta.
Também são encontrados aqui os perrengues de ser artista no Brasil, mesmo que formado, mesmo que galgando espaço no ramo – inclusive, ainda que esta que vos escreve abomine cartelas explicativas, o aviso de quantos empregos foram gerados com o curta é de emocionar e foi um acerto da equipe. Nesta junção de elementos, Terra Nova é uma realização eficiente e que merece ser vista." (Enoe Lopes Pontes, site Coisa de Cinéfilo)