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SEM CORAÇÃO
Fotografia de uma cena do filme Sem coração, de Nara Normande e Tião. PE, 2023, FICÇÃO, 91 min. Na praia, pessoas olham uma baleia encalhada na areia. Algumas pessoas correm em direção ao grupo. Estão com blusas e bermudas. O céu está azul e o mar longe. A faixa de areia se mostra extensa.
Direção:
Nara Normande e Tião
PE, 2023, FICÇÃO, 91 min., Cor, Digital DCP
Classificação indicativa:
NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 16 ANOS
Sinopse:

Verão de 1996, litoral de Alagoas. Tamara está aproveitando suas últimas semanas na vila pesqueira onde mora antes de partir para estudar em Brasília. Um dia, ela ouve falar de uma adolescente apelidada de "Sem Coração" por causa de uma cicatriz que tem no peito.

Texto crítico:
“A praia de Guaxuma, ao norte de Maceió, guarda as águas mais bonitas do litoral brasileiro. Guarda também as memórias de Nara Normande, cineasta cuja obra passa, em maior ou menor grau, pelo lugar onde viveu a juventude e suas descobertas. O cenário e, mais do que isso, a atmosfera que conheceu por lá, estão presentes em Sem Coração, curta que dirigiu ao lado do amigo Tião. A dupla parte desta relação de Nara com suas lembranças — as personagens são representações de garotos e garotas reais que povoaram sua adolescência, pessoas que ela conheceu ou que, no caso da jovem cujo apelido dá nome ao filme, nunca conseguiu encontrar, mas cuja “lenda” de carregar um marcapasso sempre esteve presente nessa época de sua vida. É aí que começa uma relação com a memória que vai se sofisticar a cada vez que se volta a ela.

A ideia de retomar uma obra para expandi-la pode parecer confortável, além de pouco original: afinal, o que justificaria contar de novo uma história que você mesmo já contou? Mas a reconstrução de Sem Coração, agora no formato de longa-metragem, encontrou caminhos que se justificam pelo que se vê na tela e pelo representado além dela. Para além da oportunidade de trabalhar com mais recursos — o filme é uma coprodução com a França –, Nara e Tião voltam àquele conceito olhando para o material original como se fizessem um estudo a partir dele. Não é um mero prolongamento, mas uma relação de desdobramento de uma obra em múltiplas camadas. Enquanto o curta se concentra no encontro entre a personagem-título e Leo, garoto que vinha da cidade grande para a praia, o novo filme usa a história desta menina para entrar num universo infantil-adolescente aberto a todas as experiências, onde classes sociais comungam com mais facilidade. (Chico Fireman, site Abraccine)

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