Sinopse:Tomtom descobre precocemente o interesse pelo cinema e se lança na aventura de fazer seu primeiro filme, estimulado pelo fascínio que as imagens e sons exercem sobre ele.
Texto crítico:
“Karen Akerman – editora de mão cheia, e diretora nas horas vagas -, vivendo em Portugal atualmente, casada (Miguel Seabra Lopes) e com um filho (Antonio Akerman Seabra), aproveitou-se, pegou marido e criança e construiu (construíram?) um singelo discurso fílmico para tocar o assunto dessa perda, que nós, mais bobinhos, talvez, acalentamos vez por outra em sonhos e desejos. Tal singeleza fica num patamar da coisa: na ideia de fazer da criança a protagonista (“falando” pela diretora – isso é cinema) que desejará fazer seu filme, que correrá por entre muros e locais e cenários, que empunhará uma câmera, que pedirá auxílio para os cortes e colas (de tesouras e fitas adesivas), que não se satisfará e irá só à luta, tudo num patamar onde as “lentes oficiais” do curta evitarão os adultos (somente suas pernas, ou longe, desfocados, como em alguns desenhos antigos), na cópia veloz reverencial a outros trabalhos. Tal singeleza que se perceberá servindo como esperto ato de escape de alguma acusação sobre “romantização ou idealização” nas apostas em deflagrar diversas texturas preenchendo os quadros (obtidas do palpável, como uma homenagem ao material palpável que está filmando: e tome muros, tome paredes como se fossem das cavernas com desenhos milenares, ou ainda o estúdio vermelho, onde a película “deveria” ser tratada), na fala e citação de nomes de gênios da arte, como se fosse um sonho, de onde um despertar evocará memória.” (Cid Nader, site Cid Nader Cinequanon)