Simbolo-da-Audiodescricao
O ÚLTIMO ROCK
Fotografia de uma cena do filme. Numa varanda, à noite, cinco jovens reunidos. À frente, à esquerda, duas jovens, da cintura para cima dançam com o rosto juntinho. Uma é negra, tem os cabelos longos trançados e está com uma blusa de alça, laranja, ela tem as mãos nos ombros da outra; está é parda, tem um leve sorriso no rosto, os cabelos longos cacheados, está com uma blusa preta e abraça-a pela cintura. Atrás delas, um jovem, quase de costas para nós está próximo à mureta. Ele é negro, tem os cabelos curtos, crespos, pretos e raspados na nuca, olha para esquerda, usa camiseta e bermuda pretas. À direita, outro jovem está de costas, ele tem o cabelo black, preto, usa camiseta preta e bermuda azul marinho. Ao lado dele, uma jovem negro, que só se vê um pedacinho do rosto e parte do corpo. Ela é parda, usa uma blusa rosa e saia jeans. Ao fundo, uma luz amarela impregna o ambiente enquanto pontinhos iluminados atrás distinguem os prédios.
Direção:
Diego de Jesus
ES, 2022, FICÇÃO, 24 min., Cor, DCP
Classificação indicativa:
NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 12 ANOS
Sinopse:

Jovens se reúnem para uma festa antes de entrarem em lockdown por causa da covid-19. Eles conversam sobre música, artes, trabalho e o futuro incerto, sem saberem quando poderão se encontrar novamente.

Crítica: Menos frenético, mas igualmente forte, é O Último Rock, de Diego de Jesus. No filme, um grupo de adolescentes da periferia discute o perigo que se anuncia no horizonte: a chegada de uma tal pandemia que vai provavelmente exigir o isolamento social. A experiência de reviver a ansiedade pré-Covid-19 soa estranha, por nos situarmos em momento posterior. Além disso, relembra um passado recente e traumático, que não foi esquecido. Entretanto, serve a se associar a outros dilemas da juventude negra: as dificuldades no mercado de trabalho, os preconceitos na universidade, os dilemas em relacionamentos amorosos.

As conversas misturam o naturalismo com falas mais posadas, enquanto a estética assume uma postura semelhante: para cada plano com os amigos dançando e tomando cerveja, há agressivos zoom-ins no rosto dos protagonistas, decupando a sequência e criando quadros-dentro-do-quadro. O filme navega pela fronteira instigante entre a ficção político-social e a experiência que pretende nos lembrar, o tempo inteiro, de sua artificialidade. O encerramento com o slam e uma canção remixada de Nina Simone conferem ao resultado uma atmosfera inebriante e melancólica. (Bruno Carmelo, site Meio Amargo)

Pular para o conteúdo