NOITE DE SERESTA
Fotografia de uma cena do filme Noite de seresta, de Muniz Filho e Sávio Fernandes. CE, 2020, DOCUMENTÁRIO, 19 min. Em um salão, de perfil, uma mulher branca com cabelos castanhos lisos longos e suados usa camisa preta com finas listras prateadas. Com um sorriso largo, segura um microfone brilhante prateado. Ao fundo, pessoas desfocadas sentadas ao redor de mesas plásticas, amarelas. À esquerda, uma senhora de óculos de grau, olha sorridente para a mulher.
Direção:
Muniz Filho e Sávio Fernandes
CE, 2020, DOCUMENTÁRIO, 19 min., Cor, Digital H264
Classificação indicativa:
NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 12 ANOS
Sinopse:

O mundo de Kátia é o palco. É onde se ilumina, onde se sente viva e é a cantar que cumpre o seu propósito. O documentário dá a conhecer a mulher por detrás do karaokê.

Texto crítico:
Certos filmes, como é o caso de Noite de Seresta, acabam sendo muito belos justamente porque entendemos como diretor usa da narrativa fílmica para alterar a própria realidade. Depois de ambientada a realidade física de Kátia, os diretores partem para enormes sequências de liberdade poética. O que mais se destaca é o uso do chroma key. Alguns até podem achar brega, mas o brega já existe na própria essência do karaokê, então faz sentido. O que acontece, imageticamente, é que, conforme canta, Katia vai sendo projetada em diversos ambientes como uma cidade grande ou o céu. Aliás, ela é literalmente aumentada, em consonância com o que é cantado em uma música.

A soma dessa escolha de direção com a própria paixão física da protagonista pela sua cantoria elevam todos esses momentos para uma um estado quase que espiritual, a um nível superior. É a total liberdade e autonomia do Cinema em dar a chance de sua protagonista ser alguém. De mesmo modo, até no mundo real, a opção por uma iluminação estourada, vindo da janela ao fundo de Kátia, também remete a este mesmo sentimento. (Michel Gutwilen, site Plano Crítico)

Pular para o conteúdo