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MIRADOR
Fotografia de uma cena do filme Mirador, de Bruno Costa. PR, 2021, FICÇÃO, 95 min. Em uma sala com janelas cobertas por cortinas vermelhas, Maycon, um homem negro não retinto de cabelos cacheados curtos com o corpo suado, luvas de boxe vermelhas e calção branco. Sério, de olhos fechados e cabeça baixa, se apoia na corda preta de um ringue.
Direção:
Bruno Costa
PR, 2021, FICÇÃO, 95 min., Cor, Digital DCP
Classificação indicativa:
NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 16 ANOS
Sinopse:

Maycon é um rapaz humilde que treina para se tornar um boxeador enquanto divide o tempo fora dos ringues em dois empregos. Do dia para a noite, ele se vê obrigado a cuidar de sua filha e deve encontrar seu lugar no mundo como pai e como lutador.

Trecho crítico:
“Existem momentos difíceis e outros felizes. Maycon é um homem comum, um personagem neorrealista sem heroísmo. Fazer uma mamadeira, levar Malu ao médico ou a um parquinho faz parte de sua rotina tanto quanto a batalha para emagrecer e entrar no peso que lhe permita lutar. Em suma, Maycon não é um personagem interessante. Se Mirador, ao contrário, é, deve isso à paisagem, aos caminhões, à porta do mercado, à creche, aos caminhões, ao jogo de truco dos amigos. É a sobrevivência cotidiana, com suas humilhações, suas fraquezas. Trata-se de um homem pobre, enfim.

Mirador poupa o espectador dos momentos em que a felicidade se anuncia. Não que se cumpra; apenas se anuncia. A cachaça no bar, um jogo de truco (vemos o amigo jogando, não ele), um jogo de futebol (ele veste a camisa de um time, mas só, mais como uma afirmação de fidelidade ao seu estado natal)... Tudo isso fica de fora. Essa fidelidade a seu princípio é o que Mirador tem de mais forte.” (Inácio Araujo, Folha de S.Paulo)

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