Sinopse:Maycon é um rapaz humilde que treina para se tornar um boxeador enquanto divide o tempo fora dos ringues em dois empregos. Do dia para a noite, ele se vê obrigado a cuidar de sua filha e deve encontrar seu lugar no mundo como pai e como lutador.
Trecho crítico:
“Existem momentos difíceis e outros felizes. Maycon é um homem comum, um personagem neorrealista sem heroísmo. Fazer uma mamadeira, levar Malu ao médico ou a um parquinho faz parte de sua rotina tanto quanto a batalha para emagrecer e entrar no peso que lhe permita lutar. Em suma, Maycon não é um personagem interessante. Se Mirador, ao contrário, é, deve isso à paisagem, aos caminhões, à porta do mercado, à creche, aos caminhões, ao jogo de truco dos amigos. É a sobrevivência cotidiana, com suas humilhações, suas fraquezas. Trata-se de um homem pobre, enfim.
Mirador poupa o espectador dos momentos em que a felicidade se anuncia. Não que se cumpra; apenas se anuncia. A cachaça no bar, um jogo de truco (vemos o amigo jogando, não ele), um jogo de futebol (ele veste a camisa de um time, mas só, mais como uma afirmação de fidelidade ao seu estado natal)... Tudo isso fica de fora. Essa fidelidade a seu princípio é o que Mirador tem de mais forte.” (Inácio Araujo, Folha de S.Paulo)