Simbolo-da-Audiodescricao
MEU NOME É DANIEL
À frente de um fundo preto, um homem branco, do peito para cima. Ele é branco, tem os cabelos castanhos escuros, as sobrancelhas e o bigode castanhos claro, os lábios rosa, cerrados e os olhos focados na gente, caramelo. No ombro à direita, tem uma tatuagem tribal. À esquerda, parte do rosto está sombreado.
Direção:
Daniel Gonçalves
RJ, 2018, DOCUMENTÁRIO, 83 min, Cor, DCP/H264
Classificação indicativa:
NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 12 ANOS
Sinopse:

Sinopse: Daniel Gonçalves nasceu com uma deficiência que nenhum médico foi capaz de diagnosticar. Por meio de imagens de arquivo da família, cenas atuais, histórias e reflexões de Daniel, conheça o caminho de sua vida para tentar compreender sua condição.

Crítica: "Daniel Gonçalves vive desde o nascimento com uma deficiência nunca diagnosticada e, adulto e cineasta, decide registrar um novo processo de investigação sobre a doença que limita seus movimentos. Esse tipo de documentário, extremamente pessoal, semelhante a um diário, construído em torno de uma procura, não é novidade no cinema nacional, e Meu Nome é Daniel tenta se diferenciar por meio da entrega plena do protagonista e diretor, corajoso ao colocar-se em primeiro plano expondo vulnerabilidades.

Na realização Daniel faz mais do mesmo, o que é até decepcionante considerando a quantidade de material de arquivo em boa qualidade que sua família ostenta, mas como determinado personagem principal ele chama a atenção pelos foras disparados, a indisposição para a "coitadice" e o humor involuntário. Sua protetora e carismática mãe, com quem tem uma relação bastante próxima, coestrela com semelhante brilho, especialmente quando flagrada questionando as gravações.

O inesperado tom cômico com que o filme é aberto se mantém no decorrer do documentário e uma história tão não convencional de fato pede uma apresentação na mesma medida. Os pais de Daniel não ficaram obcecados com suas dificuldades na infância, tratando-o como um menino igual aos demais e exigindo a mesma coisa da sociedade, e o público não deve esperar ver na telona um mero retrato da dura vida de vítima de enfermidade indefinida. Estão presentes comentários sobre inclusão, preconceito, despreparo e irresponsabilidade médica, mas o foco é no incansável esforço do protagonista em se adequar – um exemplo justamente sendo a adoção de estilo cinematográfico que todo mundo está usando – e ter a tal doença misteriosa desprezada pelas outras pessoas, da maneira como foi criado pelos pais.

Daniel manda cortar quando não consegue lidar com algo sem ajuda, não assume quando está passando mal e destaca a normalidade de sua rotina desde a mais tenra idade, mas Meu Nome é Daniel é interessante mesmo quando a narrativa pré-moldada é ofuscada pela íntima conexão da família com as imagens. O super-8 do tio Bill, o VHS do pai, a mãe perguntando do tripé, a câmera colocada nas mãos do primo, a reencenação em grupo anos mais tarde... Há um dinamismo colaborativo, engrandecido pelos diferentes formatos, que faz pensar sobre privilégios, relações de poder e as transformações ocasionadas pela posição em relação à câmera." (Taiani Mendes, site Adoro Cinema)

Pular para o conteúdo