Sinopse:Os Martins, família negra de classe média baixa, seguem a vida entre seus compromissos do dia a dia e seus desejos e expectativas, mesmo com a tensão de um governo conservador que acaba de assumir o poder no país.
Trecho crítico:
“A história do longa começa imediatamente após o anúncio das eleições presidenciais de 2018, momento de incerteza sobre o futuro, especialmente para pessoas em situações vulneráveis socialmente e economicamente. É o caso dos Martins, uma família de classe média baixa e formada por pessoas negras, cujas oportunidades, em um país estruturalmente racista, estão mais distantes. Nesse sentido, o sonho cósmico de Deivinho parece inalcançável, enquanto o desejo do pai reflete o desejo de ascensão.
Enquanto cada membro da família lida com percalços particulares, é a rede de apoio criada entre eles que mantém a casa de pé. Talvez esta seja o centro da história de Marte Um: os contextos externos, claro, são decisivos para o rumo das situações, mas a força do laço de afeto entre as pessoas é parte fundamental para “amenizar” (se é que podemos usar essa palavra), o impacto dessas situações impostas.
Marte Um toca no tema fundamental das diferentes formas de demonstrar afeto, que são demonstradas ao longo de toda a histórias, mas especialmente em um dos momentos em que a filha, Eunice, está deixando a casa dos pais. A reação da família à saída do “ninho” ilustra essas diferenças com uma simplicidade e complexidade impressionantes. Wellington, Tércia, Deivinho e Eunice são personagens completos em si mesmos e a forma como reagem um ao outro deixam clara a profundidade das relações e no que elas se sustentam.” (Aline Pereira, site Adoro Cinema)