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HELENA DE GUARATIBA
Fotografia de uma cena do filme. Sentados no parapeito de uma grande janela de vidro, na contraluz, uma senhora e um jovem, voltados um para o outro. Helena (Helena Ignez), à esquerda é branca, tem os cabelos lisos, laranja, na altura do ombro, com franja, usa um vestido de mangas compridas, colorido com ênfase laranja. Ela tem as mãos apoiadas sobre as coxas e olha para ele, serena sorridente. Alexandre (Cauã Raymond), é branco, tem os cabelos curtos, escuros, usa bigode e barba curtos, bronzeado, está de shorts preto, com faixa vermelha e branca na lateral. Ele tem a perna direita sobre o parapeito, e está abraçado ao joelho. Olha para baixo. Entre eles um vaso de cobre, ao fundo a vegetação e a luz, adentra iluminando os dois e as cortinas salmão transparente.
Direção:
Karen Black
RJ, 2023, FICÇÃO, 15 min., Cor, DCP/H264
Classificação indicativa:
NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 10 ANOS
Sinopse:

Odiada pelos gregos, detestada pelos troianos, Helena vive uma vida pacata em Guaratiba, bairro de pescadores no Rio de Janeiro. Até que o amor bate em sua porta, trazendo de volta fantasmas do seu passado.

Crítica: Classificada como um dos radicais livres da cultura audiovisual brasileira, a cineasta, montadora e pesquisadora Karen Black mergulha nas águas da Praia de Grumari, no Rio de Janeiro, e nas profundezas de Guaratiba, levando consigo o mito de Helena de Troia. Deslocando-o no tempo e no espaço, numa reflexão sobre o etarismo, a realizadora de Delete Deleite (2014) e de Acossada (uma produção de 2006, rodado em duo com Karen Akerman) dirige uma das mais aclamadas atrizes do país: a baiana Helena Ignez. Com um enorme culto como estrela desde o desempenho em O Bandido da Luz Vermelha (1968), marco do Cinema de Invenção filmado pelos seu companheiro de vida e de filmes, Rogério Sganzerla (1946-2004), Ignez é respeitada internacionalmente também como realizador, tendo sido premiada em Locarno por Luz nas Trevas, em 2010).

Helena de Guaratiba aposta num elenco plural. Cauã Reymond, Wilson Rabelo e Djin Sganzerla (filha de Helena e também cineasta) integram a trupe dessa produção. As filmagens aconteceram cerca de um mês antes do aniversário de 80 anos de Ignez, que nasceu no dia 23 de maio de 1942.

“A guerra de Tróia foi um conflito por territórios e o bode expiatório foi Helena. Ela levou a culpa e passou a História com grande culpada. Creio que o mito de Helena carrega essa perversidade, essa periculosidade que circunda a mulher. Então, o meu filme se propõe a imaginar a Helena de Tróia velha, fugindo desse destino, da tragédia grega, do destino de ser a mulher mais bela do mundo e de ter causado uma guerra. Só que é difícil fugir do passado”, define Karen. “A Helena de Guaratiba é a Helena de Tróia que ficou velha, mas que há séculos carrega essa culpa que lhe foi imputada. O filme é um pouco uma defesa de Helena. Eu chamei um homem lindo para contracenar com Ignez, o Cauã Reymond. É um filme popular, que tem um coro funk”. (Rodrigo Fonseca, site C7nema)

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