Sinopse: O passado de Arthur Bispo do Rosário é praticamente desconhecido. Sabe-se apenas que era negro, marinheiro e pugilista. Em 1938, foi internado na Colônia Juliano Moreira após um delírio místico. Com diagnóstico de esquizofrenia paranoide, foi ali iniciada sua peregrinação em busca do divino e da catalogação do universo.
Crítica: “Em qualquer circunstância, um artista é sempre um artista. Não importa o quão transitório possa ser a sua permanência entre nós, a arte fica para sempre. É indiscutível.
Arthur Bispo do Rosário, artista plástico brasileiro, nascido “possivelmente” em 1909 ou 1911, foi diagnosticado com esquizofrenia-paranoica em 1938 e internado na Colônia Juliano Moreira em 1938, onde permaneceu por mais de 50 anos. Sua obra artística produzida a partir de reciclagem de objetos descartados pela sociedade (lixo) é claramente à frente do seu tempo. Neste contexto de genialidade e desvario, o artista é figura recorrente em filmes, livros, palestras e exposições, no que tange à temática da mente humana. Na tentativa de recriar o universo à luz de sua consciência controversa e alucinações, vemos uma produção de miniaturas, escritos, vestimentas e bordados, sendo sua obra mais relevante O manto da anunciação.
O curta-metragem tenta conduzir o público pelas paisagens iniciais de Arthur Bispo do Rosário em sua cidade natal, Japaratuba, numa licença poética experimental, visto que pouco se sabe de sua juventude. É uma alegoria paisagística, com o folclore local , a paisagem de cidade do interior de Sergipe, e réplica do manto que o próprio Arthur criou e usava, enquanto aguardava o juízo final. O expectador vai sendo conduzida por uma teia de situações sugestionáveis e sua criatividade é posta à prova sem cerimônia, uma vez que entender o inconsciente é uma árdua tarefa." (Chris Raphael, site Vertentes do Cinema)