EGUM
Fotografia de uma cena do filme. Uma pessoa negra deitada, com a cabeça voltada para a esquerda, tem os cabelos pretos com tranças avermelhadas presas num coque. Tem a testa franzida, as sobrancelhas finas, arqueadas, olha desolada para baixo. A mão direita está sobre o braço esquerdo estendido para baixo. De camiseta regata cinza mescla, está deitada sobre algo coberto por um lençol bege de listras rosadas. Atrás, desfocado um tecido parte rosa, parte vermelha e outra branca.
Direção:
Yuri Costa
RJ, 2020, FICÇÃO, 23 min, Cor, DCP/H264
Classificação indicativa:
NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 14 ANOS
Sinopse:

Sinopse: Após anos afastado devido à violenta morte do irmão, um renomado jornalista retorna para a casa de sua família para cuidar de sua mãe, que sofre uma grave e desconhecida doença. Numa noite, o jornalista recebe a visita de dois estranhos, que têm negócios desconhecidos com seu pai. Esse encontro, juntamente com acontecimentos que o levam a desconfiar que algo sobrenatural se abateu sobre sua mãe, fazem-no temer uma nova tragédia.

Crítica: “Inspirado no terror, clássico gênero do cinema ocidental, o filme Egum (2020), com roteiro e direção de Yuri Costa, tem se destacado também como representativo de um interessante movimento que vem sendo nomeado de “terror preto” (em inglês, “horror noire”). Sabe-se que os filmes de terror lidam com as fobias ocultas dos espectadores, seus medos e repulsas pelo desconhecido, representado, muitas vezes, por forças, eventos ou personagens sobrenaturais.

Em Egum, é o genocídio de pessoas negras no Brasil que serve como mote para a trama. Em um país onde cerca de 70% das mortes por assassinato são de pessoas negras, o medo de ser morto a qualquer momento aterroriza essas populações, principalmente as que moram em regiões abandonadas pelo Estado e dominadas pela criminalidade. O filme se inicia justamente com uma epígrafe extraída do pensamento de Frantz Fanon sobre os efeitos da cor negra na vida e no inconsciente desses sujeitos: “Minha negrura era densa e indiscutível. Ela me atormentava, me perseguia, me perturbava, me exasperava”. O curta-metragem está dividido em três partes, intituladas “Primeiro abismo”, “Segundo abismo” e “Terceiro abismo”. (Lecco França, site Revista Afirmativa)

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