Sinopse:Sinopse: Após anos afastado devido à violenta morte do irmão, um renomado jornalista retorna para a casa de sua família para cuidar de sua mãe, que sofre uma grave e desconhecida doença. Numa noite, o jornalista recebe a visita de dois estranhos, que têm negócios desconhecidos com seu pai. Esse encontro, juntamente com acontecimentos que o levam a desconfiar que algo sobrenatural se abateu sobre sua mãe, fazem-no temer uma nova tragédia.
Crítica: “Inspirado no terror, clássico gênero do cinema ocidental, o filme Egum (2020), com roteiro e direção de Yuri Costa, tem se destacado também como representativo de um interessante movimento que vem sendo nomeado de “terror preto” (em inglês, “horror noire”). Sabe-se que os filmes de terror lidam com as fobias ocultas dos espectadores, seus medos e repulsas pelo desconhecido, representado, muitas vezes, por forças, eventos ou personagens sobrenaturais.
Em Egum, é o genocídio de pessoas negras no Brasil que serve como mote para a trama. Em um país onde cerca de 70% das mortes por assassinato são de pessoas negras, o medo de ser morto a qualquer momento aterroriza essas populações, principalmente as que moram em regiões abandonadas pelo Estado e dominadas pela criminalidade. O filme se inicia justamente com uma epígrafe extraída do pensamento de Frantz Fanon sobre os efeitos da cor negra na vida e no inconsciente desses sujeitos: “Minha negrura era densa e indiscutível. Ela me atormentava, me perseguia, me perturbava, me exasperava”. O curta-metragem está dividido em três partes, intituladas “Primeiro abismo”, “Segundo abismo” e “Terceiro abismo”. (Lecco França, site Revista Afirmativa)