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COMO RESPIRAR FORA D’ÁGUA
Temporada 3
Direção:
Júlia Fávero, Victória Negreiros
SP, 2021, FICÇÃO, 15 min, Cor, H264
Classificação indicativa:
NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 14 ANOS
Sinopse:

Sinopse: Na volta de um dos seus treinos de natação, Janaína é enquadrada violentamente por policiais. Já em casa e livre do perigo, ela enfrenta a relação com seu pai, Júlio, também policial militar, com outros olhos.

Crítica: "O racismo, infelizmente, é um câncer na sociedade. 133 anos após a abolição, ainda vivemos cotidianamente as marcas desse período, bastando apenas ligar a TV ou ler os jornais para ver as diversas formas de discriminação racial que ocorrem. Com isso, como conseguir sobreviver a ele, sem perder a sua essência? É essa questão que Como Respirar Fora D’água tenta responder.

O mais interessante de se notar é o recorte do qual o filme faz ao falar sobre o tema: o racismo sofrido por uma mulher negra e lésbica. Sendo assim, o filme desenvolve com sutileza essa perspectiva, se concentrando mais nas consequências do acontecido com Jana do que em uma trama específica. E isso reflete na direção das cineastas, que conduzem a história em diversos momentos com a câmera inquieta e próxima aos rostos dos personagens, criando um tom intimista a partir dos vários closes fechados nos atores através da fotografia de Giuliana Lanzoni. Além disso, a montagem de Luiza Freire conduz a narrativa de forma fluida e com ritmo, sem perder nenhum detalhe importante.

Trazendo uma visão natural e orgânica sobre a sexualidade de Jana, o curta não tem vergonha de mostrar os momentos de intimidade dela com sua namorada, que se mostra uma mulher doce e importante em sua vida, lhe dando apoio e ânimo a todo momento (e como é bom ver cada vez mais produções enfocando relações LGBTQIAP+ sem maiores questionamentos). Além disso, o filme é assertivo ao desenvolver a inquietação da protagonista com sua própria aparência, fazendo dos brincos um comentário certeiro sobre o tempo em que vivemos, em que cada vez mais, parecer é mais importante do que ser." (Isaac Bleitel, site Pílulas Críticas)

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