Sinopse: Chico é um homem com nanismo que trabalha consertando fornos. Solitário, ele vive um conflito interno contínuo, resultado do sentimento de abandono familiar e da exclusão social que normalmente o persegue. No entanto, Chico descobre pouco a pouco uma forma de resistência e de vingança.
Crítica: "Para os corpos marginalizados, o não-percebimento é sentido na pele. É uma tensão, um ruído metálico grave que cresce até não se aguentar e estourar – como é a trilha sonora de Big Bang, cujo protagonista Chico (Giovanni Venturini) trabalha consertando fornos. Para tanto, entra de corpo inteiro em suas entranhas de metal. Chico vivencia uma exclusão social por conta de seu nanismo. Segundo ele mesmo, ele ganha a vida estragando tudo que pode caber dentro; e não é bem pago por isso.
A direção do curta, de Carlos Segundo, trabalha a ideia de perspectiva e ponto de vista. Onde começa e termina cada imagem, cada som, é ditado por Chico e por sua percepção do mundo. Os personagens com quem interage no começo do curta têm suas cabeças fora de quadro, enquanto Chico está inteiro: isso, não só pelo distanciamento das alturas, mas pelo fato de que eles não estão, de fato, inseridos ou interessados na vida do protagonista. A despeito deles, a câmera toma Chico como seu ponto de partida, e o registra na altura do olho. Como se dissesse: estamos em momento de contar esta história.
A ânsia de Chico para se libertar da realidade em que está trancado remonta a Sideral, o curta anterior do diretor – sendo Big Bang o segundo desta chamada Trilogia do Espaço, sobre as explosões infinitas que fazem morada na ponta do nariz. E que ressoam com as explosões de quem recebe estes filmes." (Boni Zanatta, site Crítica Curta)