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A MÃO QUE AFAGA
Fotografia de uma cena do filme A mão que afaga, de Gabriela Amaral Almeida, SP, 2012, FICÇÃO, 19 min. Sentada numa poltrona roxa, com estampa cinza, uma mulher jovem, branca, de perfil direito, de cabelos lisos pretos até os ombros, usa um pulôver bege, segura nas mãos um papel celofane pink e um cigarro, na mão direita. Ao fundo desfocados, um sofá azul, atrás uma criança à frente de uma mesa, de perfil esquerdo e depois, uma cortina roxa e a parede pink.
Direção:
Gabriela Amaral Almeida
SP, 2012, FICÇÃO, 19 min., Cor, H264
Classificação indicativa:
LIVRE
Sinopse:

Sinopse: No aniversário de nove anos de seu único filho, uma operadora de telemarketing planeja uma festa que tem poucas chances de dar certo.

Crítica: “Faz cada vez mais sentido (re)ver esse curta de 2012 que seria bem cômico, se não fosse trágico. A Mão que Afaga é sobre presença (física), afeto e essência solitária. Gabriela Amaral constrói uma narrativa esvaziada de trilha sonora, sem ruídos e com diálogos rasos, que prende o espectador em uma angustiante experiência de dupla estranheza e identificação. E a sutileza como consegue fazer isso é o ponto alto do filme.

A história é sobre Estela, uma operadora de telemarketing de 31 anos, solteira e visivelmente saturada pelo cansaço da lida diária, que prepara uma festa de aniversário para seu filho Lucas. Há carinho, mas a relação de proximidade entre Estela e Lucas é frágil e tímida. Ela tenta contratar um palhaço para animar a festa, mas, por ser muito caro, acaba escolhendo um urso carinhoso. Eis que apenas uma colega e sua mãe comparecem ao evento, que é um visível fracasso. Em momento algum as duas crianças interagem, enquanto as mães trocam algumas poucas conversas sem importância.

Como usual nas obras da diretora, que aqui assina a direção, direção de arte e roteiro, a técnica é impecável. A escolha dos enquadramentos e o trabalho de fotografia são os mais marcantes no filme. O ambiente é escuro, sombrio e com cores fortes. Os planos são estáticos e muitos são closes de rosto. O espectador se vê enclausurado e desconfortável nesses quadros fechados, apertados. Há também um cuidado de direção de arte em criar um ambiente estranhamente familiar. As personagens são apáticas, sem expressão, e é tudo exageradamente esquisito, beirando o caricato típico de melodramas. E é na ausência de alguns recursos recorrentes no cinema (movimentos de câmera, trilha sonora, ruídos, variação de cenário etc.) que vai-se criando um sentimento de ausência e angústia. A expressão apática e os olhares vazios das personagens aprofundam ainda mais isso." (Letícia Moreira, site Mais que Sétima Arte)

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